Febre de adaptações de HQs leva multidões aos cinemas

É inegável que 2016 está sendo o ano das adaptações de HQs de super-heróis para a indústria cinematográfica. Filmes como Batman Vs Superman, Capitão América: Guerra Civil e X-Men Apocalipse carregaram uma multidão de seguidores fanáticos de todas as idades pelo mundo todo, em sua maioria de público infanto-juvenil.

No nosso público infanto-juvenil-varonil do curso de Jornalismo temos também veementes adoradores do estilo. Convidamos três deles para saber sobre suas expectativas e opiniões a respeito das adaptações. Letícia Carvalho, nossa representante feminina, do 3o. período, Felipe Januário, do 1o. período, e Daniel Ubiratan, também calouro. Veja nossa lista e corra para assistir ou rever os seus preferidos!

1 – Deadpool (MARVEL)

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Esta foi uma das mais esperadas estreias do ano. O filme da FOX, que contou com censura Rated-R (maiores de 18) se popularizou entre os amantes de quadrinhos e se tornou a maior bilheteria de um filme para maiores da história.

Opiniões dos nossos “consultores”:

Letícia: O sucesso de Deadpool tem relação direta com a novidade. O filme é uma fuga de clichês das outras histórias de super-heróis. Na verdade ele não é um herói. Ele é um anti-herói, o que faz com que as pessoas se interessem pela história por ser algo que ainda não foi muito explorado. Isso acaba permitindo fluir a imaginação das pessoas.

Felipe: Por ser um personagem do qual as pessoas não esperavam nada, todos foram surpreendidos com um filme de história simples, mas com carisma. O personagem em si  é cheio de possibilidades, e combinado com a censura pra maiores, o estúdio teve maior possibilidade de desenvolvimento.

Daniel: Hoje em dia, o povo que consome histórias de super-heróis está buscando coisas diferentes. A gente vê um domínio da MARVEL nos cinemas e eles acabam mostrando sempre a mesma coisa pro público: uma história mais colorida e divertida. Deadpool acabou quebrando esse padrão. Teve sangue, violência, palavrões… Inovou.

2 – Batman Vs Superman (DC)

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A segunda estreia do ano ficou por conta de Batman Vs Superman, que não teve uma recepção positiva pela crítica especializada, apesar do estrondo nas bilheterias.

Opinião dos “consultores”:

Letícia: Eu acredito que a falha do filme foi o início fraco. Outro fator foi falta de intensidade nos diálogos, deixando perdidos os telespectadores que não conheciam tanto a história dos heróis. Também ficaram algumas pontas soltas pelo filme que acabaram dispersando o público. Apenas do meio pro final que o filme engrena.

Felipe: A principal falha do filme e das produções da DC em geral, é que eles estão deturpando muito a essência dos personagens. Estão tentando fazer histórias comerciais, mas esquecem os ideais dos heróis que já são conhecidos. É um espetáculo visual sem substância.

Daniel: O filme visualmente é muito bom, só que os problemas ficaram no roteiro. É um filme que descaracterizou ambos os personagens. O Superman do filme comete erros que não existem nos quadrinhos, assim como o Batman. Então eu acredito que é uma produção de muito visual e pouco conteúdo.

3 – Capitão América: Guerra Civil e Capitão América e Homem de Ferro

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A disputa entre heróis parece ter se popularizado. Essa repetição de tema em produções pode ser a prova de um desgaste na indústria cinematográfica?

Opinião dos “consultores”:

Letícia: Acredito que não exatamente, pois esse tema de disputa entre heróis começou agora com Batman Vs Superman e depois com Capitão América: Guerra Civil. Eu achei um tema interessante e não creio que seja repetitivo.

Felipe: Eu acho que sim. Eu, pessoalmente, acredito que Hollywood está desgastada e apesar de gostar dos filmes de heróis, eu acredito que eles poderiam ir mais fundo e sair dessa zona de conforto.

Daniel: Os filmes de super-heróis já apontam desgaste. Querendo ou não, todos eles tem pontos muito parecidos. Esse ano a FOX, com o Deadpool, conseguiu surpreender. Pode ser que melhore daqui pra frente.

4 – A eterna disputa Marvel x DC

Vamos explicar para os leigos: nos quadrinhos, a Marvel (Responsável por Homem-Aranha, X-men, Vingadores, entre outros) e a DC (criadora de Super-Homem, Batman, Mulher Maravilha), disputam a preferência do público, que se dividem jurando fidelidade e defendendo seus favoritos firmemente.

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O que dizem nossos “especialistas” sobre o assunto…?

Letícia: Depende. Fanatismo é algo desnecessário, pois pessoas possuem opiniões diferentes e isso não quer dizer que uma seja melhor que a outra. Apesar de eu gostar de alguns personagens da DC, eu tenho preferência pela Marvel pela forma como ela explora os personagens e  a maneira como os filmes são feitos, porém, não acho que a DC fique pra trás. Admiro muito a relação dela com os filmes do Batman.

Felipe: Eu acho que tudo com bom senso é saudável, então não vejo problema da preferência entre uma e outra, mas tomar como fanatismo e ficar lendo somente uma coisa é bem problemático, até porque existem várias outras editoras com ótimas histórias que são ignoradas pelo fato de as pessoas ficarem presas entre as duas mais populares.

Daniel: Eu gosto muito da Marvel no cinema e da DC nos quadrinhos. A DC possui uma pegada mais sombria que me agrada bastante. Eu acho saudável uma disputa entre as editoras, pois são elas que comandam a indústria de quadrinhos, então as melhores histórias são sempre buscadas nas duas.

5 – Em um ano repleto de estreias, qual era/é a mais aguardada por você?

esquadrao suicida

Letícia: Eu estava bastante ansiosa por Capitão América e por X-men Apocalipse, mas achei muito interessante a temática de Deadpool e do Esquadrão Suicida (previsão de estreia para agosto).

Felipe: Guerra Civil e Doutor Estranho eram minhas maiores expectativas, mas acho que principalmente Doutor Estranho, que é um personagem que eu não conhecia muito e passei a conhecer e estou gostando bastante.

Daniel: O filme que eu mais espero nesse ano é Esquadrão Suicida, pois é uma produção com uma proposta diferente. Ele é mais sombrio e ao mesmo tempo engraçado e é legal, pois vai trazer uma equipe não muito conhecida de vilões, evitando um pré-julgamento das pessoas.

6 – Tratando de questões sociais como o preconceito com minorias, por exemplo, X-men estreou em 2000 sendo um pioneiro para as adaptações de super-heróis para as telonas. Tendo sua adaptação lançada em maio, qual era sua expectativa? E qual a sua opinião sobre a fidelidade dos anteriores em relação às HQs, que dividem o público entre os que acham mal adaptados e os que acham que algumas mudanças são necessárias?

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Letícia: Bom, eu cresci assistindo X-men então os filmes fazem parte da minha infância. A minha expectativa com X-men Apocalipse era enorme, tanto em questão de efeitos especiais, quanto à temática dos anos 80. Eu gosto de todos os filmes, mas sei que eles possuem pontos fortes e fracos, porém o dilema de adaptação é exatamente esse. Nunca fica 100% fiel. Então é algo que as pessoas acabam relevando algumas vezes, já que algumas coisas precisam ser alteradas para estar nos cinemas.

Felipe: Eu não acho os filmes mal adaptados. Eu tenho em mente que são mídias diferentes e creio que se mudanças forem pra trazer algo de bom, são bem recebidas. Se fosse algo que deturpasse a história, eu não gostaria, mas eu não vi isso na franquia. Eu ainda não assisti o filme e minha expectativa com X-men Apocalipse está boa. Eu não acompanhei os trailers, mas creio que seja um bom filme.

Daniel: Eu acho o primeiro filme, o segundo e o X-men: Primeira Classe, bons filmes. Eu não sou um leitor de X-men, então me deixa meio impossibilitado de responder essa pergunta, mas eu sei que é uma franquia com problemas de roteiro, assim como Batman Vs Superman. O universo dos X-men no cinema é muito grande, então é meio difícil não existir furos. Existem algumas coisas que me irritam, como o fato da Mística (Jennifer Lawrence) sempre ter sido uma vilã nos quadrinhos e ser retratada como “heroína” nos filmes.

Ao final, a gente propôs um bate-bola rápido para apontar os mais-mais!

Um espetáculo de efeitos especiais: Letícia: X-men – Dias de um Futuro Esquecido; Felipe: Os Vingadores; Daniel: Guardiões da Galáxia.

Um roteiro muito bem trabalhado: Letícia: Capitão América: Guerra Civil; Felipe: Homem de Ferro; Daniel: Homem-Aranha 2.

Um filme que valeu a pena: Letícia: Capitão América: Guerra Civil; Felipe: Capitão América: O Primeiro Vingador e Capitão América: O Soldado Invernal; Daniel: Homem de Ferro.

Um filme para passar longe: Letícia: X-men Origens: Wolverine; Felipe: X-men: O Confronto Final e X-men Origens: Wolverine; Daniel: Quarteto Fantástico (2015).

Herói/Heroína referência e o que ele representa para você:

Letícia: Peggy Carter. O motivo por essa escolha é que apesar de existir vários heróis e heroínas interessantes, a história dela, que só é possível entender melhor assistindo a série solo que se chama Agente Carter, é muito marcante. Ela é uma mulher da década de 40, que lutou ao lado do Capitão América em uma sociedade MUITO machista predominante da época, e não permitiu que nenhum homem determinasse sua forma de agir. E hoje eu acho que muitas garotas podem se espelhar nessa força dela, justamente por ser uma mulher comum, sem nenhum super poder, além da inteligência, coragem e força de vontade.

Felipe: Superman. Me identifico com os ideais do personagem.

Daniel: O meu herói preferido é o Batman, pelas histórias, que são mais adultas, além de achar bem interessante os questionamentos que ele traz. O personagem é complexo, é psicologicamente afetado em decorrer de tudo que ele viveu, enfim, é um bom herói.

Adaptação predileta: Letícia: Os filmes do Capitão e a trilogia do Batman dirigida por Christopher Nolan; Felipe: Guardiões da Galáxia; Daniel: Homem-Aranha e Homem-Aranha 2.

Estão aí as nossas sugestões. Quer comentar, dar outras ideias: Fique à vontade!
E pra quem quiser acompanhar as estreias que ainda estão por vir, acesse o link do Omelete

 Texto: Lucas Di Capri
Edição e Revisão: Dani da Gama
Imagens: Divulgação