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Artigo: Adaptação do jornalismo na web

A internet chegou despercebida até que, quando fomos notar, ela já tomava conta de cada pedacinho do nosso cotidiano. Com o jornalismo não foi muito diferente. Antes da internet tínhamos as grandes redações onde os jornalistas passavam o dia divididos entre as ruas para apuração e suas máquinas de escrever, até que foram trocadas pelos computadores.

Primeiramente, quando a rede chegou nas redações não exigia-se muito: apenas era copiado o que já havia impresso no jornal para a tela quadrada do monitor do computador. Ainda não existia a interação do usuário com as redações, mas com o passar do tempo isso mudou. Não apenas a notícia chegaria até o leitor, mas ele também traria a notícia até a redação. A chamada Web 2.0 permitiu o contato entre produtor de conteúdo e público, que se tornou cada vez maior. 

As revoluções tecnológicas não param por aí. Agora nos deparamos com a Web 3.0. Ela nos trouxe a completa interatividade: notícias a todo momento vindo de todos lugares. Bombardeio de imagens, vídeos e seus derivados que têm a intenção de chamar a atenção do usuário. Essa nova configuração da esfera virtual é marcada pela crescimento do contato entre as tecnologias da informação e a comunicação.

As redes sociais como o Facebook, Instagram e Twitter chegaram a todo vapor e transformaram ainda mais esse cenário. A possibilidade do público produzir e divulgar seu próprio conteúdo modificou os papéis dos agentes sociais responsáveis pela dinâmica da comunicação. O jornalista perde seu antigo status de fonte de notícias e conteúdo: agora qualquer pessoa com acesso à internet pode produzir conteúdos, que acabariam competindo com os produtos jornalísticos. Mas o que o jornalismo fez com tudo isso? Ele teve que se adaptar. 

A mídia tradicional já não é mais o grande interesse da maioria das pessoas, principalmente por parte dos jovens. Para o jornalismo conseguir adentrar nesse mundo e conhecer melhor seu consumidor foi preciso reconhecer que muito foi mudado desde a chegada da internet. Inimagináveis meios para a propagação de notícias são utilizados no atual mundo cibernético. Por isso, podemos dizer que houve uma revolução organizacional dentro da empresa jornalística para se adequar aos novos modelos que dispomos atualmente. Para Harding (2015),  a internet provocou um rombo no modelo de negócios de muitas das grandes organizações de mídia.

A necessidade da mudança na forma de se fazer jornalismo diante às novas configurações das esferas sociais trouxe a possibilidade de fazer algo novo. O primeiro site jornalístico brasileiro foi criado em 1995, Jornal do Brasil, ainda na Web 1.0, o que já tornava possível a agilidade na atualização dos materiais jornalísticos na rede. Assim, com a consolidação no meio digital de muitas empresas e emissoras de comunicação os jornais começaram a migrar também para as redes sociais, onde a interação ajudava na repercussão das notícias. 

Os grandes fluxos de informação atualmente encontram-se na web, onde a maioria da população procura por conhecimento e principalmente o entretenimento, então o foco passa a ser a web. Com a explosão do uso de aplicativos nas redes, os jornais também tiveram que migrar para eles e adaptar-se. Os atuais usuários apreciam a proximidade que a internet trouxe em todas as vertentes. O jornalismo aproveitou disso para se juntar ao seu leitor: mostrar o dia a dia na redação, como as notícias são realizadas e apuradas. A informalidade na relação entre jornalista e leitor aproximou o que antes era distante. 

A realidade do jornalismo sempre acompanhou a evolução das tecnologias de informação e comunicação. Por isso, é preciso ver o jornalismo além de uma atividade desenvolvida dentro de redações, mas sim como resultado da interação entre comunicadores e os diversos elementos que constituem o ambiente social, onde os veículos de comunicação jornalística estão inseridos. A preocupação não é mais a prioridade na busca de inovações das técnicas de trabalho, mas sim a forma como o jornalismo se insere nos fluxos de informação dentro da sociedade.

Podemos dizer que o jornalismo sempre terá o seu futuro garantido, enquanto houver a necessidade de se noticiar acontecimentos e de propagá-los, ele não terá seu fim. Realmente, a internet trouxe um bombardeio de informações, mas utilizando o benefício e as ferramentas que a rede nos oferece, continuaremos a propagar informações que hoje chegam a muito mais pessoas do que antes. Isso é o fazer jornalismo, não importa se é através de uma folha de jornal ou uma tela de computador. A notícia precisa ser compartilhada para no fluxo informativo da sociedade. 

Ainda assim, a web continua em constante transformação, como o jornalismo deve se adaptar a ela daqui para frente? Além disso, qual sua opinião em relação do jornalismo na internet, principalmente nas redes sociais? Conte para nós!


Referências:

HARDING, James. O futuro do jornalismo, na visão da BBC. 2015. Disponível em: < http://observatoriodaimprensa.com.br/grande-pequena-imprensa/_ed838_o_futuro_do_jornalismo_na_visao_da_bbc/ >. Acesso em: 19 nov. 2019.

DE JESUS, Gabriel et al. Internet e redes sociais: Jornalismo no meio digital. Intercom, [s. l.], ano 2018, p. 1-6, 5 jul. 2018. Disponível em: http://portalintercom.org.br/anais/nordeste2018/resumos/R62-0820-1.pdf . Acesso em: 27 nov. 2019.

COSTA, Luciano Martins et al. O que será o jornalismo?. Observatório da imprensa, Internet, ano 2015, n. 839, p. 1-1, 24 fev. 2015. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/_ed839_o_que_sera_o_jornalismo/ . Acesso em: 27 nov. 2019.


Texto: Isadora Rufo e Filipe Renno
Supervisão: Profa. Alessandra de Falco

Arte de destaque: Ícaro Chaves