Por onde anda Emanuelle Ribeiro?

Por onde anda Emanuelle Ribeiro?

emanueleEmanuelle Resende Ribeiro, iniciou o curso de Jornalismo, em 2010 e em 2014 se formou. Foi em sua cidade natal, Resende Costa, que teve o primeiro contato com veículos de comunicação, o Jornal das Lajes (JL) e a Rádio Inconfidentes FM (onde ficou até fevereiro de 2015) e ainda hoje, é editora de reportagens do JL.

Nos anos de 2014 e 2015, apresentou um programa esportivo diário nas Rádios Gabirobas (Ritápolis) e União (São Tiago). Em 2014, ministrou a oficina “Jornal Escolar” para alunos do 4º e 5º anos na Escola Municipal Conjurados Resende Costa. Em agosto de 2015, começou a prestar serviços de assessoria para a Prefeitura de Resende Costa, função que exerce em parceria com o jornalista Cássio Almeida.

Depois de um ano com seu diploma de jornalista foi para a capital mineira e lá iniciou o curso de Letras (licenciatura em Português e Alemão) na UFMG. Em Belo Horizonte, atuou como produtora de conteúdo na empresa de jornalismo digital eMotion, onde redigiu matérias esportivas. Atualmente, é produtora executiva na Rádio América (Rede Catedral de Comunicação), sendo responsável por produção de reportagens, quadros, entrevistas e notas jornalísticas para o programa Manhã América, além de participar dos comentários de esporte às segundas-feiras e apresentar os Boletins de Trânsito matinais.

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Emanuelle conversou com o site de jornalismo e nos contou um pouco sobre sua trajetória jornalística.

Quando decidiu fazer jornalismo e quais os motivos te levaram a fazer o curso?

A escolha do curso foi feita em função das matérias com as quais tinha afinidade na escola. Desde o 1º ano do Ensino Médio, o Jornalismo era uma das principais opções e quando o curso foi aberto na UFSJ, em 2009, a minha decisão foi facilitada. Porém, ao mesmo tempo que gostava de Português e Redação, eu curtia Matemática, Biologia e Química. Por isso, também prestei vestibular para Engenharia Florestal na UFLA e fui aprovada. Foi uma escolha difícil de ser feita, mas, sem dúvidas, foi a escolha certa.

Quais as maiores lembranças dos quatro anos cursando jornalismo na UFSJ?

São muitas, principalmente com relação aos professores. Todas as disciplinas que cursei foram muito prazerosas devido ao envolvimento dos docentes. Como o curso era recente, ainda não tínhamos uma estrutura adequada, porém a dedicação dos profissionais fez com que não perdêssemos em nada frente a outras universidades. Além das aulas, as amizades que fiz e as rodadas de truco na cantina do Ctan (risos) fizeram tudo valer a pena.

Dentre os aprendizados que você teve na graduação, cite um que você julgue fundamental.

Muitas portas irão se fechar, mas há inúmeras possibilidades no Jornalismo e, se é isso o que quer, oportunidades irão surgir. (Os professores sempre nos motivavam, mesmo com o certo pessimismo que carregávamos).

No decorrer do curso você já trabalhava na área. Como você avalia essa oportunidade de conciliar prática com teoria?

Acredito que todo estudante, seja qual for a área, deva trabalhar durante o curso.  Muitas vezes eu trabalhei voluntariamente apenas pela experiência. E valeu muito a pena. A teoria é fundamental, mas não é suficiente. No mercado, nos momentos de pressão, a gente aprende muito e esse aprendizado faz diferença após a formatura.

Quando decidiu continuar estudando, você teve dúvidas em escolher entre uma especialização na área de jornalismo ou uma nova graduação?

Na verdade, não. Eu encarei a oportunidade de fazer outra graduação como uma chance de sair da acomodação. Sentia que era necessário buscar novos desafios. Ainda penso em fazer uma especialização na área de jornalismo voltada para o esporte e/ou mídias digitais e até mesmo encarar o mestrado. Não descarto essas opções, porém não é minha maior intenção seguir carreira acadêmica.

O que te levou a escolher letras e UFMG?

Encaro o curso de Letras como uma especialização na minha área. Apesar de não ser minha vontade trabalhar na área, tenho aprendido muitas coisas novas que têm acrescentado para a minha experiência jornalística. Inclusive, acho que o curso de Jornalismo poderia aproveitar muita coisa da Letras, pois já conheci graduados em Jornalismo que não conseguem organizar/interpretar/escrever um texto. A UFMG é uma universidade consagrada e a Faculdade de Letras é uma das melhores do país. Além de levar em conta a qualidade do ensino, era um desejo meu ir para um grande centro e buscar oportunidades maiores. É o que tenho tentado.

Como a jornalista Emanuelle Ribeiro encara o momento vivido pelo jornalismo? O mercado de trabalho, os questionamentos da imparcialidade de vários veículos de comunicação?

O mercado de trabalho jornalístico é bem amplo e ainda há sim muitas oportunidades, principalmente no jornalismo do interior. Para quem deseja atuar na grande mídia, a situação é mais complicada – o mercado parece saturado e vemos uma ‘panelinha’, com medalhões permanecendo e novos saindo, em especial nos jornais impressos.

Quanto à imparcialidade, infelizmente esse é um conceito que não sai da faculdade. No mercado de trabalho, as empresas particulares têm ideais e somos censurados a segui-los. Até mesmo as rádios e TVs comunitárias/educativas estão nas mãos de políticos e não cumprem bem sua missão primeira que é informativa e de utilidade.

Mas não podemos fechar os olhos para o que vem acontecendo na grande imprensa: um grupo domina a mídia no Brasil e isso é perigoso. A manipulação e participação efetiva no atual momento político-econômico do país são evidentes. O ideal seria termos mídias públicas fortes, eficientes e confiáveis, mas o próprio Governo prefere pagar uma publicidade na TV particular em vez de usar a TV pública. A detenção/permissão/distribuição dos veículos de comunicação deve ser repensada.

 

Texto: Vanuza Resende
Revisão: Julia Benatti

Imagens: Arquivo pessoal