Olhares – Priscila Natany
A gente vive num tempo em que todas as pessoas se relacionam com a fotografia de alguma forma, seja através de uma técnica mais próxima da profissional ou não. Quando alguém se refere a mim como fotógrafa, faço logo questão de corrigir: não sou fotógrafa. Recebo convites para fotografar eventos, produzir ensaios, já participei de exposições, mas não sou fotógrafa. Teria que estudar e praticar muito ainda para fazer uso desse título. Por enquanto, ainda não me dou ao direito, rs.
Antes de tudo, eu tiro fotos para dar vazão às minhas impressões sobre o mundo. Gosto mesmo é de fotografar aquilo que toma a minha atenção e rouba o meu olhar. Fazer da fotografia um terreno de liberdade, de expressão da subjetividade. A captura crua não me interessa, prefiro criar ângulos e destacar aspectos particulares da realidade diluídos num grande campo de visão. Dessa forma, acho que é possível explicitar a singularidade de uma cena.
‘Taí uma coisa importante para mim, a cena. Venho de uma formação no teatro, então tenho uma relação forte com as artes da cena. Se no teatro eu trabalho com a cena em movimento, na fotografia eu exploro a cena estática. Essa é uma das muitas conexões que eu consegui fazer entre o jornalismo e o teatro. Nesse caso, a tentativa é aliar a sensibilidade do olhar da direção teatral com a habilidade da função de fotojornalista.
Abaixo estão algumas fotografias que eu fiz de espetáculos e performances. Já as poéticas do dia-a-dia vocês podem conferir no tumblr.
Texto: Priscila Natany