É importante saber ouvir a sua rede, diz Marcelo Tas

O uso da tecnologia ultrapassa os limites da interação entre usuários nas redes sociais. Ela cria maneiras de pensar, de fazer arte, de aguçar a criatividade e de desenvolver mobilizações e discussões sobre assuntos diversos. Inspirado por essa relação, surgiu o tema “Cyber-arte-cultura: a trama das redes” apresentado pela 8ª edição dos Seminários Internacionais Museu Vale, em Vila Velha (ES). 

Entre os dias 13 a 17 de março, conferencistas nacionais e internacionais puderam discutir a importância das redes na cultura e como estas se relacionam com a arte e a comunicação contemporânea. A coordenadora do curso de Jornalismo da UFSJ, Vanessa Maia, esteve presente no congresso pela terceira vez e conta que a cada ano percebe um crescimento no número de participantes e na sintonia dos temas escolhidos com a atualidade.

“Os Seminários Internacionais Museu Vale são oportunidades únicas para que possamos discutir sobre a relação arte-comunicação-cultura e tecnologia com autores e pesquisadores da área”, acrescenta. No evento, Marcelo Tas, atualmente âncora do programa CQC, na Band, discutiu sobre a trama das redes: “Essa é a época do ouvir. Mais do que ter redes sociais, é importante saber ouvir o que a sua rede esta lhe dizendo”. Diana Domingues, professora, pesquisadora e artista multimídia, tratou sobre a interação da tecnologia na concepção de arte. 

Já André Parente, artista visual, pesquisador e professor, explicou conceitualmente e ontologicamente a definição de rede. Ele trabalhou com a premissa de que, pensando em termos de tecnologia, existem redes locais, potentes e específicas e se quisermos conhecer uma “verdade”, teremos que buscar as tais redes geradoras destas verdades. “As pessoas podem usar as tecnologias mais avançadas, mas do ponto de vista conceitual, trabalham com as visões mais atrasadas do mundo. Estamos vivendo um capitalismo onde produzir interesse pelo produto é mais importante do que produzir o produto em si”, afirma André. 

Entre os convidados internacionais, houve a participação do artista midiático, escritor e curador britânico Simon Biggs, o qual possui obras expostas em galerias importantes como a Tate Modern de Londres e o Centre Pompidou, de Paris. “Sempre há uma razão entre o sinal e o ruído. Essa razão também vale para os meios digitais. O que vale para esses meios, vale para o simbólico humano”, foi uma de suas citações. 

Vanessa acredita que os conteúdos apresentados nos seminários acrescentam e muito, não só para ela, como para seus alunos. “A importância é máxima na medida em que estamos estudando isso também. No ambiente de sala de aula ou conversando no corredor, estamos passando o que ouvimos, o que lemos e contando das palestras que assistimos. Tudo isso acrescenta informação e conhecimento”, diz. 

Redação: Stephanne Fernandes 
Edição: Alessandra de Falco