Seis meses na Universidade do Porto trouxeram um mundo novo para as estudantes de jornalismo Ana Luiza e Mariele. As experiências por lá vividas, o contato com diferentes culturas e a particularidade de cada acontecimento dentro e fora da sala de aula, só podem ser proporcionados em um intercâmbio.
Professores mais rígidos quanto a horários, presenças e notas não intimidaram as meninas, o afinco nas matérias cursadas na Universidade de Belas Artes renderam um desempenho invejável. As boas notas vieram com esforço esperado dos estudantes por lá. “Os alunos são mais independentes dos professores, não há entrega de material em mãos, textos facilmente expostos no Xerox. Os alunos vão atrás de bibliografias, pedem indicação, “moram” na biblioteca, e os professores já esperam deles essa independência, já esperam que você se esforce para conhecer mais sobre os assuntos”, observou Ana Luiza.
Neste período Mariele frequentou um casarão cultural chamado “Casa Viva” no qual participou de reuniões de um grupo feminista, a prática e o conhecimento acumulados geraram um artigo. Ela obteve a maior nota da turma em Antropologia da Arte. Enquanto isso Ana Luiza destacou-se com o artigo “O uso de cannabis na classe artística: um facilitador de inspirações” na mesma disciplina.
A Universidade de Belas Artes incitou o exercício da criatividade por meio de atividades simples. Em Fotografia ll realizaram três propostas: escolheram entre 3 contos e o representaram artisticamente em uma série de 3 fotos; ouviram 10 músicas desconhecidas, elegeram a que mais lhes tocaram e fizeram a capa do vinil; por último deveriam utilizar a cena de um filme e traduzí-la fotograficamente de forma que contivesse a si próprio.
Mas não foi só nas salas de aula que as alunas adquiriram experiências valiosas. O contato entre os intercambistas e a faculdade é constante, com encontros na reitoria ao chegar e na faculdade de belas artes, onde tiveram contato com alunos também vindos de outros países. Grupos de trabalho formados por alunos estrangeiros, onde exercitavam seu inglês e compartilhavam conhecimentos particulares de seus países de origem, foram só algumas das vivências relatadas por Ana Luiza e Mariele. Ainda existe o ERASMUS, um grupo de intercambistas onde são promovidos encontros, festas e viagens entre si.
A UFSJ auxiliou na isenção do pagamento de mensalidades da universidade, a ASSIN esteve presente para resolução de dúvidas e para questões financeiras e burocráticas. Contudo, a bolsa mostrou-se insuficiente em diversas ocasiões e durou 5 meses, um a menos do que o período esperado.
As estudantes recomendam o intercâmbio para a vida acadêmica e profissional. Mariele aconselha a isenção de preconceitos por parte do estrangeiro, para que o mesmo aprenda a lidar com as diferenças culturais. “Quando cheguei em Portugal ,eu achava as pessoas um pouco rudes quando eu pediam alguma informação. Depois aprendi que eles eram diretos e objetivos, apenas diferentes de nós”, destacou.
Já para Ana, o encantamento com o lugar foi tanto, que ela retornará para fazer mestrado. Enfrentar o novo além de gratificante e foi arrebatador, como a estudante mesmo relatou.“O que me surpreendeu… foi a sensação de liberdade, de ser cosmopolita, lidar com diferentes culturas e entendê-las. Além de ter me surpreendido com a beleza do país e a acolhida que tive em Portugal. Me senti querida pelo povo português, e o país é lindíssimo e barato de se viver ”, concluiu Ana Luiza.
Texto: Clara Varginha
Edição: Sarah Rios