Devaneios desencaixados

Desencaixe. A consciência é um eterno desencaixe! Mas porque achar que isso é ruim? No finito da vida nossos caminhos são traçados por uma série de escolhas, tão imensamente distantes de uma causa natural e explicável.

O fato é que estamos em um rio de coincidências, 6 graus de separação, eu disse! Todos estão ligados por essa incrível energia que é viver, às vezes não tão intensamente ao ponto de ser enciclopédia, mas definitivamente no mais alto teor de adrenalina quando em um singelo beijo, abraço ou sorriso.

Inconsciente eu estava até encontrar o que move as engrenagens do meu coração. Desconexas! Desencaixadas ao ponto de se firmarem onde o espaço era inexistente, batalhando para moldar as trincheiras entre o meu mais profundo inconsciente.

Diante disso eu guardo sob mim um só único sentimento, a esperança que dá vida a todas as coisas. Faz fluir a vontade de conquistar os objetivos mais complexos e intimamente peculiares em minha mente lotada de irregularidades.

Dizem que carregamos somente aquilo que nos faz bem, então pergunto-me onde estará minha mala de alegrias. Se eu a perdi desejo ter uma um pouco maior agora, capaz de suportar o peso que é levar a mim mesmo nas costas.

Pois bem, a noite é bela e nela desejo ser um eterno mochileiro de alegrias. Deixar as lágrimas de lado e ser capaz de seguir em frente, carregando minhas lembranças mais felizes, desde o primeiro pedaço de bolo até um não surpreendente: “amo você… Mãe! ”. Tenho certeza que para algumas pessoas um pequeno gesto como esse tem realmente grande valor.

Acho que o segredo que não nos contaram, é que devemos cultivar a eternidade. Ter em mente que um dia nos encontraremos nesse desencaixe. Seja amor, seja amizade, o que realmente importa é poder te guardar em minha mochila de alegrias desencaixadas, e quando isso acontecer sorria, porque você estará eternamente comigo.

Texto: Daniel Ubiratan Pereira

Revisão: Julia Benatti