Olhares – Alícia Antonioli
Apesar de ter apenas 18 anos, já vivi em muitos lugares e convivi com muitas pessoas diferentes. Sou carioca, mas me mudei para São João quando tinha 12 anos; vim por obrigação, odiando tudo e todos, não queria deixar meus amigos e toda minha família para trás. Tinha medo, insegurança. Como uma forma de me reconfortar e fazer com que eu me distraísse, minha avó me deu sua câmera de presente. A partir daí, não parei de fotografar! Era conhecida como a “menina da câmera” na escola; capturava momentos entre os meus colegas sempre que possível. As pessoas sempre me chamaram atenção.
Sobre o receio de publicar minhas fotos… Ele é constante. Afinal, não entendo quase nada técnicas. Mesmo assim, esse ano venho partilhando mais do que faço nas redes sociais. Penso na técnica como um complemento ao olhar. Logo, se vejo uma fotografia que precisa ser tirada exatamente naquele momento — como uma expressão ou uma atitude espontânea — e não tenho tempo de configurar a câmera da melhor maneira possível, não perco a oportunidade.
Talvez seja por causa dessa atração pela espontaneidade que uma área da fotografia tem me chamado muita atenção: o Fotojornalismo. Trago, então, a minha cobertura da passagem da Tocha Olímpica por São João del-Rei em forma de narrativa.
- O perna de pau quer volta do MinC.
- Algumas crianças observam atentamente.
- Outras se surpreendem.
- A multidão caminha para o evento.
- A Tocha pouco se destaca em meio a tanta gente.
- Estudante protesta: “Fora Temer!”
- Famílias se juntam ao protesto.
- Os gritos não se calam.
- Enquanto isso, outra família se reúne alegremente.
- E um pai segura sua filha nas grades da Estação Ferroviária para que ela veja a Tocha partir de Maria Fumaça para Tiradentes.
Texto: Alícia Antonioli
Revisão: Julia Benatti